C. René Padilla
Ação Social, desenvolvimento comunitário e teologia sob a ótica do interesse divino sobre toda criação.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
A Espiritualidade comprometida com o Reino de Deus - René Padilla
C. René Padilla
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Lausanne III - O futuro do Movimento por René Padilha
Caros,
Reencaminho um relato sobre o que foi o último congresso do Movimento de Lausanne sobre Missão Integral, ocorrido na África do Sul, no mês passado. Importantes reflexões de um dos maiores pensadores da igreja cristã latinoamericana sobre o tema.
René Padilha: O Futuro do Movimento de Lausanne
Os números relacionados com o Terceiro Congresso Internacional de Evangelização Mundial — que aconteceu na Cidade do Cabo, África do Sul, de
Igualmente impressionantes foram os muitos arranjos práticos que se fizeram antes do Congresso. Além do difícil processo de seleção dos oradores para as plenárias e para os “multiplexes” (seminários) e as sessões de diálogo, dos tradutores e dos participantes de cada país representado, havia duas tarefas que devem ter envolvido muito trabalho antes do Congresso: a Conversa Global de Lausanne, para possibilitar que muita gente ao redor do mundo fizesse seus comentários e interagisse com outros, aproveitando os avanços tecnológicos contemporâneos; e a redação da primeira parte (a teológica) do Compromisso da Cidade do Cabo, redigida pelo Grupo de Trabalho Teológico de Lausanne, sob a direção de Christopher Wright.
Uma avaliação positiva de Lausanne III
A melhor maneira de comprovar o valor de uma conferência como Lausanne III é analisar os resultados concretos que ela produz posteriormente em relação com a vida e missão da igreja. Por esta razão, a avaliação presente da conferência que acaba de ser realizada na Cidade do Cabo tem que ser considerada como nada mais do que uma avaliação preliminar.
Cada um dos seis dias de programa (com um dia livre entre o terceiro e o quarto) tinha um tema:
1) Segunda-feira – Verdade: Defender a verdade de Cristo em um mundo pluralista e globalizado.
2) Terça-feira – Reconciliação: Construir a paz de Cristo em nosso mundo dividido e ferido.
3) Quarta-feira – Religiões Mundiais: Testemunhar o amor de Cristo a pessoas de outras crenças.
4) Sexta-feira – Prioridades: Discernir a vontade de Deus para evangelização deste século.
5) Sábado – Integridade: Chamar a igreja de Cristo de volta à humildade, integridade e simplicidade.
6) Domingo – Parceria: Formar parceria no corpo de Cristo rumo ao novo equilíbrio global.
Cada um destes temas chaves, qualificados como “os maiores desafios para a igreja na próxima década”, era o tema de estudo bíblico e da reflexão teológica a cada dia pela manhã. O texto bíblico que se usava na série intitulada “Celebração da Bíblia” era a carta aos Efésios. Um dos aspectos mais positivos do programa foi o estudo indutivo da passagem do dia, em grupos de seis membros sentados ao redor de uma mesa. Isto deu aos membros do grupo a oportunidade de aprender juntos, de orar uns pelos outros, desenvolver novas amizades e construir alianças para o futuro. Ao estudo bíblico em grupos, seguia a exposição da passagem de Efésios selecionada para esse dia. Sem minimizar a importância da música, do teatro, das artes visuais, dos testemunhos e das apresentações multimídia, uma alta porcentagem dos participantes sentiu que o tempo dedicado a “Celebrar as artes” poderia ter sido reduzido para dar mais tempo para “Celebrar a Bíblia”, atividade que gostaram muito.
Cabe fazer uma menção especial aos vários testemunhos que foram dados nas sessões plenárias pela manhã por certas pessoas cuja experiência de vida ilustrava claramente o tema do dia. Quem que esteve ali poderia se esquecer, por exemplo, da jovem palestina e do jovem judeu que falaram juntos sobre o significado da reconciliação em Cristo acima das barreiras raciais? Ou da missionária estadunidense que falou sobre testificar do amor de Cristo a pessoas de outras religiões, contando como vários cristãos — incluindo seu esposo, médico de profissão — foram assassinados por muçulmanos enquanto regressavam de um povoado isolado onde haviam estado servindo movidos pela compaixão cristã no Afeganistão?
Nos multiplexes e nas sessões de diálogo de cada dia (à tarde), foram exploradas em profundidade as implicações práticas do estudo e da reflexão bíblicas da manhã. Certamente que o debate mais relevante sobre os diferentes temas não se realizava necessariamente dentro dos limites de tempo definidos no programa mas nas conversas informais fora do programa oficial. De qualquer maneira, é um fato que muita da reflexão mais rica sobre os assuntos relacionados com os problemas globais contemporâneos se dava nas sessões da tarde. Estas sessões participativas, nas quais se levavam em conta a compreensão da diversidade de perspectivas representadas; a contextualização de idéias, modelos, contatos e materiais; e o compromisso para articular planos de ação, serão a base para a segunda parte do Compromisso da Cidade do Cabo. O plano é publicar o documento de duas partes (a teológica e a prática) com um guia de estudo no fim de novembro.
Dos vinte e dois multiplexes que se ofereceram durante o Congresso, houve especialmente três que enfocavam assuntos que poderiam ser considerados como os mais críticos para o hemisfério Sul: a globalização, a crise ambiental e a relação entre riqueza e pobreza. Estes três fatores estão vinculados intimamente entre si e, em vista do enorme impacto que produzem em milhões de pessoas no mundo das grandes maiorias, merecem muito mais atenção que receberam até o momento por parte do movimento evangélico.
Sérias deficiências
Segundo a definição oficial de sua missão, o Movimento de Lausanne existe para “fortalecer, inspirar e equipar a Igreja para a evangelização mundial em nossa geração, e exortar os cristãos sobre seu dever de participar em assuntos de interesse público e social”. Uma análise detalhada desta definição expõe a dicotomia que influenciou um grande segmento do movimento evangélico, especialmente no mundo ocidental: a dicotomia entre evangelização e responsabilidade social. Por causa desta dicotomia, relacionada estreitamente com a dicotomia entre o secular e o sagrado, o Movimento de Lausanne se propõe a “fortalecer, inspirar e equipar a Igreja para a evangelização” mas só “exortar os cristãos” a respeito de sua responsabilidade social. O pressuposto que está implícito é que a missão prioritária da igreja é a evangelização, concebida em termos de comunicação oral do Evangelho; enquanto que a participação em assuntos de interesse público e social — as boas obras por meio das quais os cristãos cumprem sua vocação como “luz do mundo” para a glória de Deus (Mateus 5:16) — é um dever secundário, para o qual os cristãos não necessitam ser fortalecidos, inspirados e equipados, apenas exortados.
Na exposição bíblica de terça-feira, baseada em Efésios 2 (o segundo dia do Congresso), esclareceu-se, a partir do texto bíblico, que Jesus Cristo é nossa paz (v.14), fez nossa paz (v.15) e anunciou paz (v.17). Em outras palavras: em Cristo, o ser, o fazer e o proclamar paz (shalom, vida em abundância) são inseparáveis. A igreja é fiel ao propósito de Deus na medida em que ela prolonga a missão de Jesus Cristo na história, manifestando a realidade do Evangelho concretamente não apenas pelo que diz, mas também pelo que é e pelo que faz. A missão integral da igreja está enraizada na missão de Deus
da vida.
A exposição bíblica baseada em Efésios 3, no dia seguinte, pôs em relevo a necessidade urgente que o Movimento de Lausanne tem de esclarecer teologicamente o conteúdo da missão do povo de Deus. Em contraste com o que se disse no dia anterior, o pregador designado para a quarta-feira afirmou que, se bem que a igreja se preocupa com toda a forma de sofrimento humano, ela se preocupa especialmente pelo sofrimento eterno e, conseqüentemente, está chamada a dar prioridade à evangelização dos perdidos.
Uma séria deficiência de Lausanne III foi não dar tempo para a reflexão séria sobre o compromisso que Deus espera de seu povo em relação à sua missão. Lamentavelmente, não houve tempo para dialogar sobre o Compromisso da Cidade do Cabo, sobre o qual o Grupo de Trabalho Teológico, dirigido por Christopher Wright, tinha trabalhado por um ano com a intenção de circulá-lo no começo do Congresso. Compartilhou-se o documento apenas na sexta-feira à noite, e não foram tomadas medidas para que os participantes escrevessem pelo menos seus comentários pessoais antes do encerramento da conferência em resposta a perguntas específicas. Segundo o Comitê Executivo, não havia tempo para isso! A postura negativa assumida pelos organizadores do programa a respeito da recomendação de um grupo de participantes anciãos interessados em conseguir que todos os participantes vissem o documento como algo seu, não apenas conspira contra esse propósito. É também um sinal de que o Movimento de Lausanne está ainda muito longe de alcançar a parceria sem a qual não tem base para se considerar um movimento global.
Em comparação com o tratamento que recebeu o documento produzido pelo Grupo de Trabalho Teológico, dedicou-se, na quarta-feira, toda uma sessão plenária à estratégia para a evangelização do mundo nesta geração — uma estratégia elaborada nos Estados Unidos baseada numa lista de “grupos de povos não-alcançados” preparada pelo Grupo de Trabalho Estratégico de Lausanne. Tal estratégia refletia a obsessão pelos números, típica da mentalidade de mercado que caracteriza um setor do movimento evangélico dos Estados Unidos. Por outro lado, segundo muitos participantes do Congresso que conhecem de primeira mão as necessidades de seus respectivos países em relação à evangelização, a lista de grupos de povos não-alcançados não fazia justiça à situação real. Curiosamente, não constava na lista nenhum grupo não-alcançado nos Estados Unidos!
Outra deficiência de Lausanne III foi que, como destacou o Grupo de Interesse em Reconciliação, não se fez nenhuma menção oficial ao fato de que o Congresso estava sendo realizado num país que até poucos anos estava dominado pelo Apartheid e ainda sofre a injustiça social resultante desta política. Na realidade, o Congresso realizou-se no Centro Internacional de Convenções que foi construído sobre o terreno que se reivindicou com os escombros do Distrito Sul da Cidade do Cabo quando, em 1950, esse distrito foi declarado uma zona exclusiva para brancos. Conseqüentemente, cerca de 60 mil habitantes negros foram expulsos da área à força e seus lares foram arrasados por completo. Entretanto, os organizadores da Cidade do Cabo 2010 fizeram ouvidos surdos ao pedido do Grupo de Interesse em Reconciliação que rechaçasse oficialmente “as heresias teológicas que deram sustento ao Apartheid” e lamentasse “o sofrimento sócio-econômico que é o legado atual do Apartheid”. Alguém pode se perguntar quão sério são os líderes do Movimento de Lausanne em seu compromisso com o Pacto de Lausanne, segundo o qual “a mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam” (parágrafo 5).
A parceria na missão e o futuro do Movimento de Lausanne
Um fato que hoje reconhecem e mencionam com freqüência aqueles que têm interesse na vida e missão da igreja em nível global é que, nas últimas décadas, o centro de gravidade do cristianismo se deslocou do Norte e do Ocidente para o Sul e o Oriente. Apesar disso, com demasiada freqüência os líderes cristãos do Norte e do Ocidente, especialmente nos Estados Unidos, continuam considerando que eles são os encarregados de desenhar a estratégia para a evangelização de todo o mundo. Como se afirma na página sobre o “Sexto Dia – Parceria” do livro que contém a descrição detalhada do programa do congresso, “o centro da liderança organizacional, do controle financeiro e das tomadas de decisão tende a permanecer no norte e no ocidente”.
Tristemente, o maior obstáculo para implementar uma verdadeira parceria na missão é a riqueza do Norte e do Ocidente; a riqueza que Jonathan Bonk, em seu importante livro sobre Missions and Money [Missões e dinheiro], descreveu como “um problema missionário ocidental”. Se é assim, e se o Movimento de Lausanne vai contribuir significativamente com o cumprimento da missão de Deus por meio do seu povo, chegou o momento de que a força missionária conectada com este movimento, incluindo seus estrategistas, renuncie ao poder do dinheiro e modele a vida missionária na encarnação, no ministério terreno e na cruz de Jesus Cristo.
Fonte: http://www.novosdialogos.com/blog.asp?id=40
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Comércio Justo e Sustentável - Glayson Ferrari dos Santos
Acabei de fazer uma análise do artigo "Comércio Justo e Sustentável" que Glayson Ferrari escreveu no livro Jardim da Cooperação, editora Ultimato.
Muito interessante o artigo e não vejo a hora do livro chegar para que eu possa degusta-lo
abraços
Lauberti Marcondes
http://diaconia-integral.blogspot.com/
Comércio Justo e Sustentável
terça-feira, 9 de novembro de 2010
CONVITE PARA A FUNDAÇÃO DA ALIANÇA CRISTÃ EVANGÉLICA BRASILEIRA
http://www.orkut.com.br/Main#Home.aspx?hl=pt-BR&tab=w0
"Nós amamos porque Jesus nos amou primeiro"
Subject: UM CONVITE ESPECIAL PARA JUNTAR-SE CONOSCO NA FUNDAÇÃO DA ALIANÇA CRISTÃ EVANGÉLICA BRASILEIRA
From: aceb.secretaria@gmail.com
CARTA-CONVITE
de Igrejas Cristãs Evangélicas no Brasil
- apresentação da Aliança Evangélica, sua estrutura e documentos elaborados após encontros e consultas;
- escolha do Conselho Geral da Aliança;
- definição de estratégia para expansão da Aliança Evangélica para todo o território nacional.
17:30h - Culto de Encerramento & Celebração
LOCAL: Igreja Metodista Central de São Paulo, localizada à Av. Liberdade, 659 – Liberdade, São
Paulo, SP – (0xx)11 3208-3288 / 11 3208-5895
CUSTO REFEIÇÕES: R$20,00
sábado, 6 de novembro de 2010
Jardim da Cooperação - Editora Ultimato

SUMÁRIO DO LIVRO
Parte 1 – Contribuições bíblicas para o entendimento das relações econômicas
1. Cooperativas do reino, Ariovaldo Ramos
2. Economia e plenitude de vida, C. René Padilla
3. O descanso e as terras livres, Milton Schwantes
Parte 2 – Exemplos históricos de “Redes Sociais Cristãs”
4. O cristianismo como rede de solidariedade, Gustavo A. Leal Brandão
5. Contribuição do Movimento Metodista para o entendimento da indissociabilidade entre evangelização e ação social, Welinton Pereira da Silva
Parte 3 – Panorama da assistência social no Brasil
6. Assistência social e o controle da sociedade, Sílvio Iung
7. A natureza e o papel das ONG’s e denominações evangélicas no terceiro setor no Brasil, Débora Fahur
8. Lançando a rede: um olhar antropológico sobre a constituição da RENAS, Flávio Conrado
Parte 4 – Redes, parcerias, participação popular e desenvolvimento social
9. A formação de redes para o desenvolvimento do terceiro setor, Cristiano R. Heckert e Márcia T. da Silva
10. Ação social e a participação, Jane Maria Vilas Bôas
11. Elaboração e gestão de projetos em parceria com o poder público: oportunidades e riscos, Werner Fuchs
12. A importância da gestão financeira no terceiro setor, Ilídio C. Oliveira Jr.
Parte 5 – Desenvolvimento comunitário
13. Crescendo rumo às intenções de Deus: a aplicação da cosmovisão cristã na área do desenvolvimento comunitário, Mauricio J. S. Cunha
14. Desenvolvimento local integrado e gestão compartilhada, Juarez de Paula
15. A produção social do habitat: estratégias para a sua implementação, Ademar de Oliveira Marques
Parte 6 – Geração de trabalho e renda
16. A agroecologia e a geração de trabalho e renda na agricultura familiar, Paulo Roberto B. de Brito
17. Fundos rotativos: uma alternativa de geração de autonomia, trabalho e renda,
Elza F. Gonçalves e Marcos Gilson G. Feitosa
18. Comércio justo e solidário – uma forma sustentável de fazer negócios, Glayson Ferrari Santos