Brasil, 2010

Olá Gente!

No dia 30/11/2010 aconteceu mais um evento histórico na vida da Igreja Evangélica Brasileira, a Fundação da Aliança Cristã Evangélica Brasileira. Este é mais um capítulo importante na histórica dos evangélicos brasileiros, que segundo pesquisas da SEPAL estariam próximos da marca de 50 milhões de integrantes.

No passado recente, um flanco dos evangélicos organizou em 1934 a Confederação Evangélica do Brasil (CEB), ligada ao movimento ecumênico e cujos trabalhos foram realizados em prol da unidade, desafios pastorais, visão educacional, missionária e de serviço ao próximo, destaque para a "Conferência do Nordeste" em 1962. Este movimento durou até 1964, pois o golpe militar desarticulou de vez os trabalhos da CEB, fechando seminários e perseguindo pastores (Novo Rosto da Missão - Luis Longuini Neto) até através de suas próprias igrejas (Nossa Igreja Brasileira - Ariovaldo Ramos).

Durante o período da ditadura militar ao contrário da Igreja Católica, a Igreja Evangélica no Brasil fechou-se em sua quatro paredes eaos poucos foi cauterizando um projeto de espiritualidade e missão que dava prioridade ao vertical/espiritual em detrimento do horitontal/social.

Neste período de expressivo crescimento numérico, infelizmente a Igreja Evangélica Brasileira despontou seu rosto mais teologicamente conservador e fundamentalista, missiológicamente reducionista, politicamente direitista, socialmente alienado e culturalmente refratário (O Último Missionário - Carlos Caldas).

Saindo da vanguarda do processo histórico de formação da sociedade, a Igreja Evangélica Brasileira pegou carona no processo de redemocratização do Brasil que culminou com o movimento "Diretas Já", para ver surgir novas lideranças evangélicas e outras retornassem ao País. Desta forma em 1991, o templo da Igreja O Brasil Para Cristo Pompéia foi ocupado para a cerimônia de fundação da AEVB - Associação Evangélica Brasileira, um órgão nacional que congregava evangélicos de diversas vertentes e era liderado pelo Pr. Caio Fabio de Araújo Filho, que ganhou notoriedade com os programas da VINDE e o projeto FABRICA DA ESPERANÇA. O trabalho da AEVB foi ganhando corpo e visibilidade, com destaque para a participação na Campanha Contra a Fome do Betinho. Infelizmente este movimento perdeu sua força, principalmente porque estava atrelado umbilicalmente a figura do Pr. Caio Fabio que perdeu credibilidade no meio, por conta de problemas em seu primeiro casamento e envolvimento com políticos suspeitos.

Mesmo com um bom tempo de ostracismo representativo, diversas lideranças, igrejas, movimentos e redes evangélicas, aqui e ali, lá e acola estavam trabalhando, refletindo, e acima de tudo, buscando cumprir sua missão em terras tupiniquins. Quando em 2009 um grupo de líderes da igreja evangélica brasileira se reuniu e começou a conversar para formar e formatar um modelo de união evangélica que fosse democrática e representativa, algo que não estivesse apoiado apenas na figura de um líder carismático e de uma região do País. Com essa idéia no coração, o grupo contatou diversas lideranças e fez reuniões em vários estados para que chegassem juntos a um momento como este.

Tenho dito que perdemos um tempo precioso quando perdemos líderes proeminientes, que sustentam heroicamente as colunas deste edifício, onde não há espaço para heróis, o que faz a Igreja ficar sempre orfã. Contudo, para glória de Deus, em vários cantos do Brasil, temos percebido o surgimento de uma liderança pés no chão, capaz de pensar e inspirar o povo brasileiro é prosseguir para o alvo de ser semelhante a Jesus.

A Assembléia de fundação da Aliança foi marcada por um sentimento de realização de um sonho incubado a quase duas décadas por líderes que se espalharam pelo Brasil comprometidos em viver e proclamar um evangelho íntegro que trouxesse ao povo brasileiro os valores do Reino de Deus. Esta turma ansiava por um fórum mais representativo e participativo, e com esta proposta, líderes como Ariovaldo Ramos, Osvaldo Prado, Durvalina Bezerra, Robinson Cavalcanti, Chen Hsiung, Aécio Filismino, Clemir Fernandes, Débora Fahur, Welinton Pereira, Douglas Nassif, Joaquim Andrade, Fabrício Cunha, Valdir Starnuergel, Wilson Costa, entre outros, assinaram a ata de fundação.

Nesta confluência de líderes e tradições evangélicas, os desafios são grandes e para este sonho virar realidade, o grupo terá que dar provas concretas que a Igreja Evangélica Brasileira amadureceu.

Enfim, vamos lá, precismos continuar a fazer história e dar respostas cristãs a realidade brasileira.

Lauberti Marcondes